quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Shine on you crazy

Estou ouvindo shine on you crazy diamond, uma das músicas que mais venero. É claro que há milhares de outras que poderíamos citar, tantos outros exemplares de extremos da glória da música. Time, do mesmo pink floyd, por exemplo. Ou a introdução conhecidíssima de also sprach zarathustra. Ou as rosas não falam, eleanor rigby e por aí vai.

Voltando a shine, ao parar ali, ouvindo, me emociono, não sei o porquê, mas provavelmente porque evoca a adolescência, em que o mundo estava aos meus pés, em que tudo podia acontecer, em que nós todos poderíamos realmente brilhar como loucos diamantes.

Em que tudo, por mais banal que fosse, tinha, num futuro difuso e  não-determinado, uma correspondência. Em que as deficiências eram relevadas porque haveriam de ser sanadas. Em que os desejos seriam um dia supridos e levados ao grau de êxtase. Talvez porque simplesmente é uma obra emocionante e não precise dessas muletas nostálgicas.

Mas inegavelmente é uma ode a algum tempo antigo. O valor vem do fato de que, apesar de eu me achar uma ameba, e de realmente ser uma ameba, no fim, eu gostava daquela fase.

Eu e meus diletos amigos não íamos a lugar algum. Nas noites de Santos, Sanvi e Guarú, ficávamos rodando pra lá e pra cá, sonhando com uma outra realidade, mais ampla, que nos suprisse de novidades e aventuras que ali não seriam possíveis de serem alcançadas (no popular, na verdade queríamos trepar, mesmo). Sonhávamos em ir pra São Paulo, a grande capital, onde tudo acontecia.

Era tudo ilusório, claro. SP não era – e não é e nem será – nenhuma grande maravilha salvadora. E cada um seguiu seu curso. De minha parte, minha primeira escala foi Bauru! – algo bem diferente do desejo cosmopolita anterior, bem diferente MESMO!
 
Ou seja, cuidado com o que deseja, pois as coisas podem não sair bem como você pensa, pra ser o mais delicado possível. Ou, como diz Paul The Rabbit: quando você realmente deseja alguma coisa, o universo inteiro conspira contra você…

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