quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Terrestres - Ciclos

  • Gosto de ciclos. Mais um ano que se encerra. É ilusório, mas convencional. Cada aniversário e ano novo significa, em termos relativos, uma volta no Sol. E o número um é a única coisa racional – ou real – que existe. O resto é consequência. Embora nós reamente não façamos uma volta completa, pois não chegamos ao mesmo ponto do qual partimos, o simbolismo ainda vale. Se realmente conseguíssemos chegar ao mesmo ponto do qual partimos há um ano, repetiríamos a história porque um ponto no espaço-tempo contém a si mesmo e todas as possibilidades e acontecimentos. Só que, como nada fica estático neste universo, esse ponto está em algum local por aí, viajando à velocidade da luz, uma agulha perdida na imensidão abissal da realidade. Mas isso ficará para posts posteriores. Enfim, apesar de todos os excessos, a loucura do consumismo e do escapismo que todos nós nos apregoamos nesse breve período, não deixa de ser uma boa época para diminuir o ritmo, parar de trabalhar um pouco e, quem sabe, recomeçar.

    Bem, bom 2009, boi na linha, menos correria, mais ruminância, mais amor e, ilusão das ilusões e esperança das esperanças, um pouco mais de paz em corações e mentes.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Terrestres - A poesia do mercado

  • Não é lindo? Um dia um cara biliardário, babaca, americano, resolve ganhar mais dinheiro ainda. Liga pra um monte de gente de sua estirpe, todos cheios da grana do círculo de Palm Beach a Aspen, das coberturas da Quinta Avenida às praias do Big Sur, e diz que tem um esquema bárbaro para, adivinha o quê?... Ganhar mais dinheiro, é claro, com taxas absurdas e irreais de retorno financeiro. Os trouxas – e como tem trouxa no mundo! – pegam tudo o que têm – e não é pouco – e dão pro cara. Alguns hipotecam até suas mansões, afinal, viram outros colegas que investiram com o pulha tirarem grana a rodo saindo pelo ladrão. E taca a mandar grana pro gajo no golpe mais velho do mundo: a pirâmide. Esse cara é o tal do ex-presidente da Bolsa Nasdaq, Bernard Madoff, e o rombinho no cu dos outros ficou em cerca de 50 bilhões de dólares, por cima. Hoje, alguns dos milionários que deram a grana pro cara estão a procurar emprego como frentista, homem-sanduíche e quetais. Ah, nada como a doce (i)lógica do capitalismo. E sobra até sujos e rotos falando do mal lavado: o Donald Trump dizendo que o Madoff é “podre”. Pode?