quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Tempo...

Dizem os físicos que o tempo é uma coisa só. Que a sensação de passagem dele que temos, um segundo atrás do outro, é pura ilusão por incapacidade de compreensão do todo. Seria como imaginar uma tela, um buraco na parede em que se passa uma tira de filme. Estando próximos demais dessa janela, vemos um fotograma por vez passando por ali. Uma pessoa andando. Vemos o primeiro fotograma com ela saindo da inércia, o segundo e subseqüentes formando o movimento do primeiro passo, e todos os outros criando o deslocamento. Vemos um após o outro apenas. Não sabemos se no próximo a pessoa vai tropeçar e cair, se vai parar, qual direção vai tomar. Temos apenas a consciência do futuro exatamente no momento em que ele acontece. Acreditamos que o futuro vai sendo construído à medida que ele vai chegando. Cada novo fotograma que passa pela janela, cremos nós, não existia anteriormente, e teria sido criado do nada, ou, talvez, como conseqüência do movimento anterior.

Mas a física diz que, na verdade, o filme está completinho. Se nos afastarmos do quadro a que estávamos confinados, poderemos ver todos os fotogramas do filme, e não somente aquele que está passando naquela janela. Veremos todos os movimentos anteriores àquele e todos os posteriores. Tudo de uma só vez. Tempo total em um único momento. Ele existe assim, mas nós não podemos notá-lo. Pelo menos não ainda. Se é que vamos conseguir ter alguma outra noção além dessa, algum dia. Aqui entrariam questões filosóficas do livre arbítrio X predestinação, mas o caso agora não é esse.

A teoria diz que, no pentelhésimo de segundo do início do big bang, houve uma expansão gigantesca do espaço-tempo. Que elementos com o volume de um átomo se expandiram para tamanhos de galáxias. O tempo está nessa, indissociável que está do espaço. E o tempo teria se expandido totalmente, de lá até o fim dos tempos, de uma vez só. Quer dizer, pensando assim, na verdade, não houve tempo passando, já que tudo se expandiu de uma vez só. Ainda estamos lá, naquele único instante. Só que por falha em nossa percepção, achamos que o tempo está passando.

Segue:...tempo...

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