quarta-feira, 4 de junho de 2008

Terrestres - Points e paradas 2

  • Ribeirão Pires no sábado, dia 24 de maio. Meu pai, o Sérgio Del Giorno original, e a Graça estão desfazendo a casa pra ir passar um ano na Austrália! Legal para os velhos. Gosto da cidade, toda montanhosa, fica na Via Anchieta, em plena área da Billings, cheia de sítios, ao lado do Caminho do Mar e de Paranapiacaba. A casa deles era bem legal, cheia de verde, no alto. Alugada. Mas quando eles voltarem, não irão mais pra lá. Vão despencar pra PG. Pena. Ficaram lá meu querido tio Beto Pinduca, a Roberta e o Igor. À noite fomos dar uma banda na cidade. É cidade do interior, mas, pela grandeza de São Paulo, como sempre, tem muita gente e faltam coisas básicas, como calçamento, organização, limpeza etc. A prefeitura aproveitou uma praça e criou uma vilazinha, casinhas em estilo montanhista europeu onde estão lojas de doce, artesanato e até um bar com música ao vivo. Ficou legal, milhares de jovens se encontrando, muitos bêbados caindo pelas tabelas e tudo o mais. Apesar do artificialismo da coisa, foi uma opção criativa.
  • Mas daí fui a trabalho outro dia desses a São Bento do Sul, divisa de SC com PR. Muito bonita, também montanhosa, com áreas verdes lindas, algum casario preservado, ruas estreitas e sinuosas – me lembrou Bath, no sul da Inglaterra (viu como eu também tenho com o que gastar?) E lá nada foi fabricado, como a vilazinha de Ribeirão. A própria cidade foi criada daquele jeito, foi sendo modelada. Tenho minhas críticas à parte chata do europeísmo daqui do sul, a falta de modos, a frieza, o orgulho malemale contido. Mas essa brancaiada também sabe como viver e dar um trato para que os ambientes fiquem agradáveis e habitáveis. E, diferente de Curitiba, fomos muitíssimos bem tratados por cada pessoa que cruzamos no caminho. E o melhor, dizem que São Bento tem uma bela festa, a Schlachtfest, em setembro, onde rola chope a rodo e a baldes. Tem também uma Maria Fumaça turística.

Putz, esqueci as alianças lá embaixo!

  • Em São Bento tem a matriz do “Puríssimo Coração de Maria”, uma bela igreja no alto de um monte. Pra chegar lá, o passante tem que subir uns oitenta degraus por onde vai vendo toda as estações daquela tortura ao Cristo que os católicos adoram: o gajo sendo condenado, sendo coroado, chicoteado, pisado e pregado até ficar de saco cheio dessa merda toda e sair voando pelo céu. Bom, a escadaria é um prato cheio pra quem quer se martirizar. Quem quiser pagar uma boa promessa, daquelas de andar de joelhos até ficarem em carne viva, aí está uma dica. Assuntei com o Estéfano, que estava comigo (a foto é dele, aliás), que estava faltando um acesso para deficientes. Daí imaginamos que talvez em épocas festivas, com muito fluxo de crentes, eles coloquem um Cristo no pé da escada. O cara de cadeira de rodas chega, e o Messias diz: levanta e anda. E o cara consegue, a muito custo, por falta de prática, subir a escadaria. Chegando lá em cima, a mágica termina e o cara se estatela no chão. Pelo menos já está na igreja, e a letra da lei foi respeitada. Putz.

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