quinta-feira, 30 de julho de 2009

Terrestres: no templo das boas energias e intenções

Foto Jorge Miyashiro
  • A foto mostra um astral. Sou novo no grupo, mas foi legal. É o pessoal da APRTB e agregados, alguns dos outros vários que fizeram o FETB deste ano, na raça. Vamos ver se vai em frente. Novas reuniões marcadas. Promessas. Mas precisamos atuar. Um puta frio. E chuva como há muito não se via. Água por quase um mês sem parar. Sem noção. Mas o encontro foi legal, pra avaliar o festival, traçar planos. E pelo menos o astral da foto está bem legal,, se a fotografia captura os espíritos, então foi um bom momento. Esperança, felicidade, paz, não sei se somos muito otimistas, mas nós, seres humanos, vivemos em função das positividades. Nem mais, nem menos. (Ah, claro, a coisa ficou mais feliz porque a féria foi distribuída no fim, pouco antes da foto, então deu pra prever o pagamento da conta do boteco ou dos remédios, o que talvez explique o bom astral de todos os presentes...).
  • Mas também me desviei do que queria falar. Estávamos aí, na foto, no Teatro do Piá, no Largo da Ordem. Lugares muuuito legais, o Largo, o teatro e o casarão antigo da Fundação onde ele fica. Sempre gostei de templos, em especial as igrejas católicas, embora tenha largado a religião há eras. Aquelas grandes, silenciosas, imensas igrejas, com aquele ar de outro lugar. Teatros pra mim são a mesma coisa. Nada religioso, mas são locais, entende? Locais. Points. Lugares. Pensados ou adaptados, não importa o tamanho. Têm seu clima, seu ar, sua atmosfera própria, separada do mundo exterior. Antes de uma apresentação, você - ainda mais se é um artista solo - fica ali, na penumbra, só, com seus pensamentos e twiters mentais (tô brincando, nem tenho isso ainda, sou um quase velhote da antiga ordem dos blogs), se concentrando, respirando, aguardando o grande momento.
  • Tudo isso, pra mim, sempre foi algo fora do comum, um estímulo, um orgasmo, uma comunhão. Desde quando iniciei minha carreira teatral há uns 24 anos, lembro-me bem da sensação, principalmente do Teatro Municipal de Santos, com sua coxia imensa, seu pé direito inalcançável para a vista, algumas luzinhas lá em cima, no escuro, o misto de nervosismo, emoção e expectativa crescendo, tudo pra se dissipar quando a coisa se inicia. Igual a quando eu fazia natação, e quando, nas competições, caía na água e tudo ia embora, só restava eu e os elementos. Enfim, pode-se até ser ateu, mas pode-se compartilhar a poesia da vida mesmo assim.

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