sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Terrestres - O martírito de Gaza

  • Chegue pra um povo, diga que a terra que eles usam pertence a um povo há muito antes, expulse milhões deles pra uma favelona no tamanho três por dois, e aguarde para ver o que acontece. Depois de a situação ficar bem ruim, mas ruim mesmo, contra paus e pedras e bombas caseiras, mande artilharia de última geração fornecida por nada menos quer bush pai, bush filho, reagan, clinton e tudo o mais. E diante disso, diga que matar cem pessoas por dia é uma forma de combater o terror. É algo parecido ao que ocorre entre o asfalto e os morros cariocas e de todos os rincões brasileiros, não?
  • Putz, não sou anti-semita, mas o sionismo imposto no Oriente Médio tinha e tem tudo pra ser um banho de sangue eterno e arrastar todo o mundo pra uma guerra sem fim. (E quem quiser atirar uma pedra ou um ultramoderno míssil, antes se informe sobre o que é exatamente o sionismo. Simplificando ao máximo, é claro, o que se fez por lá seria algo como te expulsarem agora pra uma favela pra colocar os índios de volta na terra que é(era) deles. Ou seja, nada é tão simples assim, não sem graves conseqüências. Não falando de holocausto e perseguição histórica, mas também não falando da sistemática eliminação dos índios, que poderia ser enquadrada na mesma categoria, mas que deu muito menos ibope e tudo o mais. Tudo isso, aliás - eliminação de índios e judeus e tantos outros -, feito com participação ativíssima e decisiva de nós, cristãos de bem e compadecidos…).
  • Os extremistas muçulmanos são exatamente isso: extremistas, cegos e incapazes de piedade frente a qualquer coisa que vá contra aquilo que eles achem que é “a verdade de alá”. Mas vamos e venhamos, Israel não é nenhum exemplo de amor ao ser humano e à paz. São grandes produtores e consumidores de armas, só pra começar. E paz é vermelho nos indicadores de negócios. Só que isso não é o principal, afinal, é algo que é natural no mundo todo, não só ali. A questão é: os muçulmanos são extremistas, mas os chefes israelenses também não? Dirão que o são por causa do extremismo? Ah, então tudo bem, o patriot act resolveu isso nos EUA. Resolvido então está lá, resolvido estará aqui.
  • Mais uma vez: não é ser contra os judeus, mas nada do que o Estado israelense faz vai de encontro ao discurso “democrático”. É, pra quem está de fora, como eu, mais uma armação teológica calcada na noção de que os israelenses são (mais um) “povo escolhido”.
  • Enfim, está certo, pra mim, que estamos na lama e que deveríamos – todos – pensar seriamente em extirparmos totalmente de nossos espíritos as três grandes religiões monoteístas e suas malditas variações, seitas, igrejinhas, milagrezinhos, paraisizinhos e inferninhos. Embora por si só não sejam fonte das mortes, o ser humano é inumano demais e imaturo demais para separar as coisas.
  • Não precisa ser bidu pra ver que sou pessimista ao extremo com relação à nossa raça. O que me dá extrema insegurança por meu filho JP em seu desafio pelo futuro. Nessas horas, é preciso fé, mas, com certeza, não é fé em um deus imbecil criado à luz de oligrofênicos aos quais nos dirigimos sem questionamento. Como sempre digo, 11 anos estudando em uma escola marista me transformaram num saudável ateu.